terça-feira, fevereiro 06, 2007

No More Tears

Conheci a Adília Lopes há uns anos, talvez como muita gente, através de alguns programas de televisão que se aproveitavam daquela maneira de ser "especial" digamos. Lembro-me de a ver, num programa da 2 com umas luvas roxas (não sei explicar a razão deste pormenor) e de ficar fascinada com a sua aparentemente infantilidade grotesca. Acho que imediatamente a associei à Paula Rêgo, que me fascina pelos mesmos motivos: a ingenuidade, aliada à líbido mais animalesca, essa dualidade entre o doce e amargo sempre carregada de tesão.
Anos mais tarde da estranha mediatização do fenómeno "Adília" tive oportunidade de trabalhar alguns poemas dela no Grupo de Expressão Dramática, a mim coube-me o "papel" de uma cadela ciosa que fornicava despudoradamente num terreiro ao sol, eram observados por uma garota que achava que o cão ia matar a cadela, a mãe tava-lhe os ouvidos para ela não ver. No seguimente desta peça que se chamou "No More Tears" fomos a uma apresentação do livro "A Obra" da Adília, um amigo ofereceu-me o livro e fui, a medo, pedir à poetisa que mo assinasse. Ela escreveu assim "Para a Maria João que dance com um cão", e sem saber de nada ...

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