quarta-feira, outubro 18, 2006

RIVOLUÇÃO

Há uns 10 anos (xiiiiiiii) participei activa e emocionalmente nas manifestações contra a, quase certa, venda do Coliseu à Igreja Universal do Reino de Deus. Não me algemei às grades mas gritei bem alto juntamente com milhares de pessoas "o Coliseu é nosso e há-de ser"!!!!
E assim o conseguimos manter nas mãos de quem o merece.
Hoje assistimos a mais uma manifestação de arrogância e ignorância do presidente da câmara do Porto ao entregar a gestão do Teatro Rivoli à gestão de privados. Sinto uma maior compaixão pelo Rivoli do que a que sentia pelo Coliseu naquela altura (antes de lá ter visto os Radiohead), foi no Rivoli que vi os melhores espectáculos da minha vida: Merce Cunningham, Trisha Brown, Bill T Jones, Companhia Rosas, Alain Platel, Philippe Decoufle, Wim Vandekybus, Paulo Ribeiro, PJ Harvey (é verdade a apenas uns 2 metros de mim), Robert Wilson, La la la Human Steps (uma das mais memoráveis) ...e muitos mais que agora não me lembro. Era um hábito ir ao Rivoli quase todas as semanas, havia sempre qualquer coisa boa para ver e a sala estava sempre cheia. Nessa altura o Porto fazia parte de um circuito cultural de elevado nível.
Depois houve aquela cheia destruidora, quando o Rio chegou aos aliados, e a partir daí começou a ruir o que havia sido erguido com muito suor. A partir daí começaram a escassear os motivos para ir até ao Rivoli, os dinheiros atribuídos à Culturporto para a programação começaram a emagrecer e os espectáculos a rarear. Um dos últimos que fui ver foi do Alain Platel e estava a explodir de gente, tamanha a fome de ver coisas boas.
Pouco depois veio a bomba: o Rio quer privatizar o Rivoli!!!
Fiz questão de me juntar na primeira manifestação, eram os mesmo do costume, aqueles que outrora via no foyer, na bilheteira, no café concerto, na plateia... Ouvi os discursos inflamados e quase me senti tentada a juntar-me aos Super Dragões nesse hino que é: "E o Rui Rio vai pró C******!!!" Mas contive-me, fazer isso poderia despoletar motins mais graves que os do Maio de 68.
Comovem-me estas pessoas da minha cidade que não deixam que os "comam por lorpas", que gritam e lutam pelo que é deles por direito - o direito à cultura é um valor universal! Hoje estou longe, tenho pena de não poder ir ter com aqueles que se barricaram há 4 dias no teatro numa última tentativa de serem ouvidos pelo executivo autista da câmara do Porto.
Este é o blog daqueles que não querem que o NOSSO RIVOLI seja entregue aos Lá Férias deste país.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Desaparecida em combate...

Procura-se jovem desaparecida na zona de Campanhã no Porto, desde finais de setembro. Existem relatos da sua eventual presença na freguesia de Santa Catarina em Lisboa. Pede-se, a quem a encontrar, que lhe deiam carinho e um emprego.