terça-feira, setembro 12, 2006

11/09

Há cinco anos, a prestes a concluir a licenciatura em Relações Internacionais, li “O Fim da História e o Último Homem” do politólogo Francis Fukuyama, na altura era frequentemente citado por representar um triunfo da democracia ocidental sobre os regimes autoritários de todo o mundo, ou seja, profetizava-se o fim dos conflitos, o triunfo do liberalismo e da globalização. Passavam-se dez anos da queda do muro do Berlim e consequentemente do fim da guerra-fria, era a altura de finalmente acreditar que era possível uma convivência pacífica entre as nações e onde apenas haveria uma superpotência hegemónica. As intervenções supostamente humanitárias na Bósnia, no Ruanda ou no Kosovo começam a beliscar essa calma aparente.
Ao mesmo tempo surge o livro do académico americano Samuel Huntington: “O Choque das Civilizações”, com uma visão quase apocalíptica da geopolítica internacional. No seu livro são descritas 7 zonas de fractura entre as civilizações (sendo este um conceito essencialmente histórico), dando ênfase ao possível conflito entre o Ocidente e o Islão.
Nesse ano, num dia em que me encontrava mergulhada em livros sobre a Nova Esquerda, dei por mim estupefacta em frente à televisão perante o ataque ao World Trade Center.
Em nenhum momento desse dia me senti americana.
O imperialismo autista e desenfreado paga-se assim, e quem semeia ventos colhe tempestades.
Obviamente que me senti esmagada com a dimensão do ataque, comoveram-me as imagens e as mortes, mas não me esqueci do que é que despoletou um ódio tão forte à nação americana.
Os republicanos agarram-se à tese do choque das civilizações e reclamam vingança sobre o inimigo (leia-se Islão), é altura de se virarem contra os antigos compinchas de artimanhas políticas pouco democráticas. Chegou a altura dos conceitos extremamente ambíguos da Guerra Preventiva ou Terrorismo Global, que têm servido para criar vácuos jurídicos e paraísos de tortura como Guantanamo ou as prisões da CIA na Europa de Leste.
Passados 5 anos reflectimos sobre o que mudou, será que o mundo seria mais cor-de-rosa se aquele 11 de Setembro se tivesse resumido à banalidade do dia à dia de um mundo asfixiado pelos tentáculos da globalização?
Deixo-vos com esta pergunta.

1930-2006

Vou ter saudades do teu sorriso, da tua voz calma e paciente, de dançar contigo, de me levares chá e línguas de gato quando estava doente, das “fritas” que comíamos nos aniversários, das cerejas e dos figos que partilhávamos, das castanhas assadas e cozidas, da açorda de bacalhau, de te ouvir cantar, de ouvir as histórias da “Laurinda da Fonte”, dos “mexidos” que fazias no natal (como é que irá ser este ano, não sei se os consigo fazer como tu), de te ver sentada no sofá, de te levar flores sem tu contares, de brincares com os meus dedos, de vos ver a chegar de mão dada dos almoços de domingo, de vos ver tão apaixonados, de brincar com a tua caixa de botões e com os teus trapinhos …
Adorava ser como tu.
Olha por nós.
Manda beijinhos ao avô.

sexta-feira, setembro 01, 2006

Ménage à quatre


As minhas enteadas, Olivia e Margarida.
Não gostam muito de partilhar o pai comigo,
mas lá se vão habituando a ter mais uma a dormir com eles.

Passado um ano ...

Há um ano ...